Conforme referi num
post recente, e ao fim de uma curta espera desde a encomenda, eis que chega às minhas mãos o tão aguardado sucessor de 'Mabool', uma edição de luxo limitada com dvd de bónus, vendida directamente do site da banda.
A primeira impressão é que se esmeraram no layout, transpira bom gosto. Composto por capa dura de cartão com livro de 14 folhas, um cd e um dvd. Por ter sido encomendada no site da banda, vem como bónus uma foto da capa original (provavelmente antes da controvérsia) autografada e um poster com a mesma foto.
O Cd é composto por 15 temas de metal de influência arábica tradicional altamente complexo como já é apanágio nesta banda. Ainda é muito cedo para opinar sobre este álbum, muito simplesmente porque , tal como das outras vezes, é necessário algum tempo para digerir e absorver toda a muralha sonora que nos envolve. ‘Time will tell!’ Seria fácil para mim começar a bajular (ainda mais) este sexteto mas vou dar tempo ao tempo para me dedicar a apreciar isto correctamente a fim de fundamentar melhor a minha opinião
O DVD vem com um filme que é de certa forma a evolução deste álbum, entrevistas, sessões de gravação, etc. Quem não conhece esta banda vai ficar certamente a compreender tudo o que a envolve. Têm ainda, uma música que não consta no cd, e curiosamente acaba por ser uma das mais facilmente assimiláveis, quase que encanta logo na primeira audição.
Orphaned Land é bem mais do que uma banda de metal, isso fica rapidamente patente nas entrevistas que constam do DVD , algo que não é novidade para mim que sigo a existência deste grupo quase desde a fundação, mas que é por demais evidente neste lançamento, refiro-me à ponte que esta banda construiu entre a comunidade Judaica e a Islâmica com a sua musicalidade e ideologia. Por mais estreita que seja essa ponte, por menos pessoas que por ela caminhem, o facto é que o rumo está traçado e o contributo é de louvar. Ao longo dos anos, Orphaned Land foi conquistando uma legião de fãs de países de orientação islâmica, principalmente na Turquia , mas como demonstra o DVD, as ordes têm aumentado em países improváveis, como a Libia, Dubai e outros, sinal de que existe uma comunidade tolerante. Como o vocalista Kobi muito bem referiu, é normal nos concertos da banda, refrões em Hebreu serem cantados por muçulmanos e vice-versa e é um dos seus desejos um dia poder tocar em salas destes países, uma forma de unir ambas as religiões, ainda que por algumas horas.
