Deixo-vos uma máquina
de lavar louça elétrica fabricada pela empresa nacional OSUL. Funciona a pilhas
e está em bom estado. Para mim teve interesse por ser um brinquedo de fabrico nacional e com uma certa qualidade. Para além disso, a caixa tem um design retro completamente irresistível.
No final deste post
poderão ler a história desta empresa (Osul/MetOsul), texto que foi retirado da Enciclopédia Wiki do
Forum-Diecast.com.pt.
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Para percebermos as origens daquele que foi o primeiro fabricante português de modelos à escala 1/43 em metal temos que recuar até ao ano de 1931, altura em que é fundada a
Luso-Celuloide, então com a designação de Henriques e Irmão, Lda., e que teve a sua primeira fábrica numa pequena loja na Rua 21 em Espinho com oito operários.
Depois devido ao aumento da produção muda-se para a Rua 22, agora já com quarenta e sete operários.
Foi fundada por Artur Henriques, Afonso Henriques e Manuel Henriques todos originários de Lisboa onde tinham um armazém de importação-exportação.
Inicialmente dedicava-se unicamente ao fabrico de bijutaria diversa.
No início da Segunda Grande Guerra aparecem os primeiros polímeros, mais conhecidos por plásticos e também as primeiras máquinas manuais para transformação de plásticos da marca Windsor.
Após o conflito surgem as máquinas automáticas com as quais se produzem os primeiros moldes na fábrica.
Na década de 50 dá-se separação na sociedade e um dos irmãos cria a fábrica de brinquedos Hércules, e a
Luso-Celuloide passa então a ter a designação de
Osul.
Nessa altura dá-se também o início à fabricação de brinquedos em plástico, inicialmente em celulóide que era importado de França e que esteve na origem do nome da fábrica.
Devido a vários inconvenientes em utilizar o celulóide, nomeadamente o facto de ser inflamável, ter pouca resistência, ser imperfeito e trabalhoso, passou-se a usar o plástico por injecção.
No plástico a peça era feita de uma só vez, injectando-se o material formando a peça.
Surgem novas máquinas Windsor e Substitui-se o poliestireno, que era quebradiço, pelo poliestireno anti-choque mais resistente e por fim pelo polietileno que sendo mais mole era mais resistente.
Com a aquisição da primeira máquina de fundição injectada de
Zamac da marca E.M.B., a
Osul muda de nome para MetOsul (que era para ser Lusomet) e em 1965 inicia a produção de miniaturas em antimónio, à escala 1/43, de carros e autocarros.
Os primeiros moldes são fabricados por Carlos Rodrigues Camarinha, em Monte Lírio, a poucos quilómetros de Espinho e quando este passa a fabricar moldes em plástico para o sector industrial a fabricação passa para Milton Neto Pinhal.
Os primeiros moldes de fundição injectada eram todos só em
Zamac.
Mais tarde começa-se a fazer o corpo do carro em fundição e depois todos aqueles acessórios como os vidros, as grelhas e os pára-choques em plástico.
Começa-se a juntar o
Zamac ao plástico.
De salientar ainda que apesar da MetOsul ter criado alguns dos seus próprios moldes, nunca fez qualquer pedido de cedência ou compra à
Corgi ou a outros fabricantes, tal como se soube recentemente através de um antigo gerente, limitando-se a fazer algumas pequenas alterações.
No primeiro período da Metosul os modelos primavam por um nível razoável de detalhes: piscas, faróis, puxadores de portas e frisos pintados à mão.
Em 1985, Leslie Hurle Bath, dono da Holandesa Replicars, desloca-se a Portugal para visitar a fábrica de Espinho e qual foi o seu espanto ao reparar num recanto cobertos de pó as máquinas e moldes que outrora serviram para produzir os MetOsul.
Leslie Bath propôs então ao Sr. Henriques retomar a produção de todos os modelos e de novas versões especiais e novas cores.
Começou-se a pintar alguns modelos a duas cores inclusive a caravana que era idêntica à da francesa
C.I.J..
O Mercedes e o Citroën tiveram uma versão táxi holandesa em amarelo e laranja, cores dos táxis de Amesterdão.
Quase todos os modelos tiveram uma versão: Policia, Police, Polis, Polizei ou até mesmo japonesa.
A Replicars fez grandes encomendas, que levaram a reutilizar os antigos utensílios de fabrico.
Chegou mesmo a ser feito um catálogo em 1988 pela Model Auto Review de Leeds, que ajudou bastante as vendas.
Devido a isso ainda hoje é possível encontrar stocks de carros em Inglaterra, Holanda e Japão.
Leslie Bath conseguiu ainda que a MetOsul viesse a estar presente na feira de Nuremberga, naquela que se considera a "Meca" dos fabricantes de brinquedos.
Mas em 1989 a fábrica encerra definitivamente as suas portas."